Terrorismo em Cabo Delgado força deslocação de 300 mil pessoas

Redação
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O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) revelou que o terrorismo islâmico forçou, nos últimos meses, o deslocamento de cerca de 300 mil pessoas nas províncias do norte de Moçambique, Cabo Delgado e Nampula.

Desde 2017, ataques de extremismo violento abalaram a região de Cabo Delgado, resultando na morte de pelo menos 6.200 pessoas e na deslocação de mais de um milhão de pessoas. Contudo, a violência tende a espalhar-se para outras áreas, especialmente em Nampula. Os recentes ataques no distrito de Memba mostram que os jihadistas estão a deslocar-se para sul, em direcção aos distritos costeiros de Nampula.

Segundo o representante do ACNUR, Xavier Creach, que se dirigiu aos jornalistas em Genebra, a violência extrema levou quase 100 mil pessoas a fugir da região só nas últimas duas semanas, enquanto “nos últimos três meses, pelo menos 287 mil pessoas foram deslocadas”.

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Creach manifestou a sua preocupação com o elevado número de pessoas deslocadas, afirmando que “este número corresponde apenas às pessoas que foram registadas. Muitos mais casos individuais não foram contabilizados”.

A organização destaca que os ataques a civis se intensificaram e o conflito está a expandir-se para regiões anteriormente consideradas seguras, complicando a prestação de ajuda humanitária. “As necessidades são imensas e a resposta é em grande parte insuficiente. Os intervenientes humanitários não podem sustentar a resposta sem apoio e recursos adicionais. O apoio internacional é urgentemente necessário”, declarou Creach.

Desde o início do actual conflito em 2017, mais de 1,3 milhões de pessoas em Moçambique foram deslocadas, segundo a agência.

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